domingo, 2 de março de 2014

Ébrio de mim.



Fujo todos os dias de mim.
O que há de mal?
Consigo sorrir e falar compassadamente.
Mas, não sei, ainda não sou eu.
Parece que moro de aluguel em mim.
Ou que estou de favor
Um mero inquilino
Um peso
Um móvel barato e efêmero.
O que há de mal?
Me pergunto todos os dias pra onde irei
Se um dia chegar a ir.
Onde eu vou parar se começar a andar agora
E nem olhar para trás?
O medo de parar no mesmo lugar que saí
Talvez me prenda nessa teia infinita
E paradoxal.
Eu quero ir, mas também gosto de ficar.
O que há de mal?

[A.Lima]