segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Contra a[mar]é.




Eu poderia jurar que um sorriso é só um sorriso.
Mas aí você apareceu.
Com essa hipérbole que é esse teu ar risonho.
Esse desenho rigorosamente delineado
E que parece tocar uma valsa, toda vez que nasce em teu rosto.
Poderia jurar, até, que tenacidade e fragilidade fossem coisas distintas
Mas aí você apareceu
Com esse escudo cor-de-rosa que são teus olhos
Desafiando leões no Coliseum
E até mesmo no palácio deles.
Poderia jurar que obras de arte são só pra admiração.
Até ter vontade de pendurar esse quadro na minha sala.
Acontece que não está à venda.
Nem estará nunca.
Não há valor que pague.
E o exemplar não está disponível, mesmo.
Ainda assim, fico feliz ao ver teu riso.
O riso falando do riso.
Poderia jurar que metalinguagem era só com palavras.
Mas você insiste em contrariar.

[A. Lima]